O mercado imobiliário oferece inúmeras formas de investimento, e uma das mais promissoras — e que tem ganhado força nos últimos anos — é a combinação entre leilões de imóveis e a estratégia conhecida como flipping house. Esse modelo consiste basicamente em comprar imóveis com preços muito abaixo do valor de mercado, reformá-los e revendê-los com lucro, normalmente em um curto espaço de tempo.
A combinação entre essas duas modalidades pode ser extremamente lucrativa, mas também envolve riscos relevantes. O sucesso depende de uma análise criteriosa de viabilidade, conhecimento jurídico e planejamento financeiro bem estruturado. A seguir, explicamos como funciona essa estratégia e o que você precisa saber para aplicá-la com segurança.
Índice
- O que é flipping house?
- Por que fazer flipping com imóveis de leilão?
- Outros atrativos incluem:
- Principais cuidados jurídicos antes de arrematar
- Viabilidade financeira: onde está o lucro?
- Como reduzir riscos?
- Conclusão
O que é flipping house?
O termo flipping house vem do inglês e significa algo como “virar a casa”, no sentido de comprar, reformar e revender. O objetivo é adquirir um imóvel com potencial de valorização, realizar melhorias que o tornem mais atrativo ao mercado e revendê-lo por um preço significativamente maior do que o de aquisição e investimento.
Essa estratégia é comum nos Estados Unidos e tem ganhado espaço no Brasil, especialmente com o aumento do acesso a imóveis em leilões judiciais e extrajudiciais — onde o desconto pode ser o diferencial decisivo para o sucesso do flip.
Saiba ainda mais sobre como analisar os riscos de participar de um leilão de imóveis e saber se está fazendo um bom investimento.
Por que fazer flipping house com imóveis de leilão?
A grande vantagem dos imóveis arrematados em leilões é o preço reduzido. Em muitos casos, esses bens são vendidos com descontos de 40% a 70% em relação ao valor de mercado, o que permite margem para reformas e revenda com lucro.
Outros atrativos incluem:
- Alta variedade de imóveis em todas as regiões;
- Menor concorrência do que no mercado tradicional;
- Oportunidade de adquirir imóveis em áreas valorizadas ou com pouca oferta de imóveis;
- Possibilidade de revender rapidamente, inclusive com deságio para venda forçada, com retorno acima da média.
No entanto, nem todo imóvel de leilão é indicado para flipping house. É preciso identificar as oportunidades certas e, sobretudo, avaliar a situação jurídica do bem com cuidado extremo.
Principais cuidados jurídicos antes de arrematar
Antes de investir em um imóvel com fins de revenda, é essencial realizar uma due diligence jurídica completa, ou seja, uma investigação profunda sobre a situação do bem e seus riscos. Alguns pontos fundamentais:
- Regularidade da matrícula: verifique a matrícula do imóvel no cartório de registro de imóveis. Confira se há hipotecas, penhoras, alienações fiduciárias ou outros ônus;
- Desocupação: em muitos leilões judiciais, o imóvel ainda está ocupado. A desocupação pode exigir ação judicial (como imissão de posse ou reintegração), o que pode atrasar a reforma e a revenda;
- Dívidas vinculadas ao imóvel: IPTU e taxas condominiais são dívidas propter rem — ou seja, acompanham o imóvel e podem ser cobradas do novo proprietário. Em alguns casos, elas são quitadas com o valor do leilão, mas é essencial verificar o edital e consultar um advogado;
- Tipo de leilão: leilões judiciais, extrajudiciais e particulares têm regras diferentes. Em leilões judiciais, muitas vezes há mais segurança jurídica, desde que todo o processo seja homologado corretamente.
Viabilidade financeira: onde está o lucro?
O flipping house bem-sucedido exige uma análise financeira precisa. Você precisa colocar na ponta do lápis todos os custos envolvidos e estimar um valor realista de revenda. Aqui estão os principais pontos a considerar:
- Valor da arrematação;
- Despesas com taxas, ITBI, escritura e registro;
- Custos com desocupação e regularização;
- Investimento em reforma e mão de obra;
- Tributação sobre lucro na revenda (IR ou ganho de capital);
- Tempo de liquidez (quanto tempo até vender).
Só após esse cálculo é possível determinar se o flip é viável — ou seja, se o lucro esperado compensa os custos, riscos e tempo envolvidos.
Como reduzir riscos?
Embora o flipping de imóveis comprados em leilão possa ser lucrativo, ele envolve riscos que não devem ser ignorados. Para mitigá-los, recomenda-se:
- Contratar assessoria jurídica especializada em leilões: um advogado pode identificar riscos invisíveis para leigos e interpretar corretamente o edital;
- Contar com um engenheiro ou arquiteto para estimar os custos de reforma antes da compra;
- Pesquisar o mercado local: entender a liquidez, a valorização da região e o perfil de comprador ideal;
- Evitar imóveis com litígios complexos ou com muitas pendências que possam atrasar o processo;
- Procurar prestadores de serviço e fornecedores com preços atrativos e com boa disponibilidade para que a reforma seja o mais rápido e barata possível.
Conclusão
Investir em imóveis por meio de leilões com foco em flipping house pode ser extremamente vantajoso para quem busca alto retorno em curto ou médio prazo. No entanto, o sucesso dessa estratégia depende de muito mais do que apenas encontrar um imóvel barato.
É preciso combinar análise jurídica, conhecimento técnico de reformas, estudo de mercado e planejamento financeiro. A assessoria de profissionais especializados — em direito imobiliário, engenharia e finanças — é o diferencial que separa o investidor amador do profissional.
Se feita com responsabilidade, essa combinação entre leilão e flipping house pode se tornar uma fonte sólida de renda, com resultados superiores aos de muitos investimentos tradicionais. Entre em contato conosco pelo site, acompanhe nossas publicações no perfil @advogados.costa e confira todos os nossos serviços no Linktree.

Débora Brandão Filadelfo (OAB/SP: 494.406) é advogada formada pela Universidade de São Paulo, com pós-graduação em Processo Civil pela PUC Paraná. Com um forte compromisso com o aprendizado contínuo, atualmente está se especializando em Direito Imobiliário. Débora destaca-se por seu rigor técnico e profundo conhecimento jurídico, qualidades que a capacitam a oferecer soluções eficazes e personalizadas aos seus clientes.